Restabelecimento das Plataformas Ferroviárias da Linha do Sabor, Miranda do Douro e Torre de Moncorvo

Descrição da Operação

A generalidade das antigas linhas de caminho de ferro desativadas, inserem-se em espaços de elevado valor patrimonial, histórico, cultural, e paisagístico, que potenciam turística e economicamente as regiões onde estão inseridos e contribuem/podem contribuir para e saúde e bem-estar dos seus utilizadores. Esta Operação corresponde ao restabelecimento das plataformas ferroviárias da Linha do Sabor, com a criação de uma ecovia no coração dos territórios do Douro Internacional e do Douro Vinhateiro, criando-se um corredor verde que percorre, nesta Operação, os municípios de Miranda do Douro e Torre de Moncorvo.

 

Considera-se que o pedestrianismo e o cicloturismo são o desporto, ou simplesmente a atividade física, dos que andam a pé e/ou de bicicleta, preferencialmente no espaço natural, em que intervêm aspectos turísticos, culturais e ambientais, desenvolvendo-se normalmente por caminhos bem definidos, atividades que contribuem para a Saúde e o bem estar físico dos praticantes.

 

A Ecopista, torna-se numa atividade associada ao montanhismo, ao excursionismo e simultaneamente um movimento cultural e de lazer para o grande público.

 

Em Portugal existem inúmeros percursos que juntamente com as ciclovias, perfazem mais de 5000 km, sendo intenção desta instituição contribuir para o alargamento da rede a territórios que até à data foram esquecidos. A implementação destes percursos tem sido suportada essencialmente por investimentos dos municípios que de uma forma genérica se traduzem em resultados positivos. Esta Operação adiciona mais via à vasta lista existente em múltiplos territórios de Portugal com elevado potencial cultural, natural, paisagístico e turístico, concorrendo para tal a união de esforços dos municípios anteriormente citados, como apoio integral da associação que os representa, a Associação de Municípios do Douro Superior (AMDS).

Esta Ecovia que se inicia no final da linha do Douro, no Pocinho, nó rodoviário, fluvial e ferroviário me muito provavelmente, com potencial para ser considerada uma das mais emblemáticas Ecopistas do nosso país. Quando concluída na sua plenitude, a Ecopista terá cerca de 100 km de percurso suave, de baixa dificuldade, mas de grande beleza, dado o enquadramento natural em se insere.

Esta, une num só conceito, dois patrimónios, um Natural, o Douro Internacional, em estado quase selvagem, e outro, Humano, o Património Ferroviário e a Região Vinhateira e Demarcada do Douro, fortemente marcada pela intervenção do homem.

No concelho de Miranda do Douro esta ecovia passa pelas aldeias típicas de Sendim e Duas Igrejas, e tem uma extensão de cerca de 10 km de percurso. No concelho de Torre de Moncorvo a ligação Torre de Moncorvo – Pocinho tem cerca de 11 Kms. Nestes concelhos o visitante terá a oportunidade de desfrutar de tranquilas e imponentes paisagens planálticas, a uma altitude média que ronda os 700 m, onde subitamente encontramos o rio Douro, encaixado em granitos e metassedimentos, sobranceiro a escarpas com mais de 150 metros de altura. Este é o ambiente e propício e o habitat natural para a nidificação de várias espécies rupícolas, de onde se destacam a Águia-real, o Abutre do Egipto, o Grifo, a Águia Bonelli, entre outras. Nesta zona das arribas, de clima agreste, com verões de elevada secura e invernos rigorosos, observam-se plantas autóctones arbustivas e arbóreas. Assim, encontram-se plantas rasteiras ou de pequeno porte, como o zimbro e a azinheira, mais conhecida por carrasco. Os imponentes castanheiros-vulgares, carvalho americano, sobreiros, e freixos apresentam-se como a vegetação de maior porte.

 

 

Objectivos da Operação

 

Integrada numa estratégia de desenvolvimento do turismo levada acabo pela Associação de Municípios do Douro Superior aliado ao potencial da região, este projeto de implementação da Ecopista do Sabor pretende dotar o território com infraestruturas e elevado interesse turístico, contribuindo para que o Parque Natural do Douro Internacional e o Douro Vinhateiro se afirmem cada vez mais como um destino turístico de excelência no âmbito do Turismo de Natureza, este considerado desde 2007 um dos 10 produtos estratégicos, definidos no Plano Estratégico Nacional do Turismo para o desenvolvimento do turismo em Portugal (MEI, 2007).

 

Assim, esta Operação tem um conjunto de objetivos que visam a promoção da região como um destino turístico, pretendendo-se aumentar não só os fluxos turísticos e de visitantes, mas também contribuir para o aumento do rácio do número de dormidas por turista na região. Pretende-se igualmente contribuir para uma maior sensibilização, quer dos visitantes, quer da população em geral, para os valores ecológicos fundamentais para a preservação das espécies da fauna e da flora, assim como para a preservação do património cultural e humano, com os seus usos, costumes e tradições, tão peculiares e únicos nesta região. Por último, mas não menos importante, pretende-se aumentar o interesse dos residentes pela prática de atividade física em contacto com a natureza, com baixos custos e com os consequentes benefícios para a saúde, bem-estar e qualidade de vida. MEI (2007). Plano Estratégico Nacional do Turismo Para o Desenvolvimento do Turismo em Portugal. Ministério da Economia e da Inovação.

 

Resumo

Com vista a potenciar os ativos patrimoniais da região Douro Internacional e Douro Vinhateiro, esta Operação visa restabelecer/recuperar a antiga linha de caminho de ferro do Sabor, em Ecopista. É um projeto regional, envolve 5 municípios, embora nesta Operação em concreto participem apenas 2 municípios, Torre de Moncorvo e Miranda do Douro. Este projeto terá como chefe de fila a Associação de Municípios do Douro Superior.

 

Diagnóstico da realidade visada com a implementação do projeto

Segundo a UNESCO, por Património Cultural entende-se monumentos, grupos de edifícios e sítios que tenham valor histórico, estético, arqueológico, científico, etnológico ou antropológico. Já Património Natural são formações físicas, biológicas ou geológicas consideradas excepcionais, habitats animais e vegetais ameaçados, e áreas que tenham valor científico, de conservação ou estético.

 

 

Estas duas infraestruturas vieram alterar radicalmente o panorama do território que embora tendo um potencial único, é ainda um dos menos visitados do país. Atualmente estão reunidas algumas condições para inverter esta tendência, sendo necessário reconhecer que o Turismo de Natureza é um real contributo para dar a conhecer o valioso património da região do Douro, as suas gentes e tradições e os seus usos e costumes.

 

Sabemos que atualmente existe um crescente interesse, por parte dos turistas, pela natureza, pela cultura e pela saúde. Desta forma pensamos dar o nosso contributo para o realçar da importância da atividade física para a sua saúde e bem-estar, e simultaneamente aumentar a sensibilidade dos praticantes para as questões ambientais e preservação do património.